sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Quadricilo

Quadriciclo


Um grupo de quadriciclos (moto quatro).
O termo quadriciclo (usualmente chamado de moto quatro em Portugal) ou ATV ("All-Terrain Vehicle" em inglês) é utilizado geralmente para descrever um pequeno veículo motorizado aberto com quatro rodas, desenhado para uso off-road. Todavia, o American National Standards Institute (ANSI) define um ATV como um veículo que se movimenta sobre pneus de baixa pressão, com um assento onde se instala o operador e um guidom para controle de direção. Pela definição corrente do ANSI, o veículo é destinado a um único ocupante, embora uma mudança para dois assentos já tenha sido implantada pelos principais fabricantes, que na maioria das vezes oferecem os quadriciclos em 2 versões.
O condutor opera estes veículos como uma motocicleta, mas as rodas extras lhe dão mais estabilidade em baixa velocidade. Embora tipicamente sejam equipados com três ou quatro rodas, existem modelos com seis rodas para aplicações especializadas. A capacidade dos motores que equipam os ATV vendidos hoje em dia (2007) nos Estados Unidos, varia de 50cc a 1000cc.

Terminologia ATV

Versões de quatro rodas são comumente denominadas "quadriciclos" no Brasil. Em Portugal, apesar da denominação técnica legal ser também "quadriciclo", em liguagem corrente é usado normalmente o termo "moto quatro". A expressão inglesa ATC (de "All-Terrain Cycles" ou "Motocicleta Todo-o-Terreno") é utilizada para modelos com três rodas (designados "triciclos" no Brasil e em Portugal).
Os ATV também podem ser considerados veículos off-road, da mesma forma que motocicletas, jipes e outros veículos utilitários.

História e Desenvolvimento

Quadriciclo produzido pela KTM.

Início

Os ATV já eram fabricados nos Estados Unidos uma década antes de veículos de 3 e 4 rodas serem introduzidos pela Honda e outras empresas japonesas. Durante os anos 1960, numerosos fabricantes ofereciam pequenos veículos off-road similares, desenhados para flutuar e capazes de atravessar pântanos, lagoas e cursos d'água, bem como terra seca. Tipicamente construídos com uma "banheira" de plástico resistente ou fibra de vidro, tinham geralmente seis rodas – todas manobráveis – com pneus-balão de baixa pressurização (cerca de 3 PSI), nenhuma suspensão (além da oferecida pelos pneus) e barras de direção deslizantes. Estes ambiciosos primeiros modelos anfíbios foram os veículos todo-o-terreno originais – ou ATV. Contrariamente à definição moderna do ANSI para ATV, eles foram planejados para vários ocupantes sentados em seu interior e eram controlados por volantes ou manches, em vez de guidões de motocicleta, como na definição em vigor hoje em dia.
Após o advento dos ATV "montáveis", com três ou quatro rodas, estes mais ou menos se apropriaram do termo, deixando que a variedade flutuante 6X6 e 8X8 se tornasse conhecida como ATV Anfíbio. Marcas modernas destas máquinas incluem Argo e MAX. Embora não tão rápidas quanto os outros ATV, elas podem ser operadas com precisão em baixas velocidades, e efetivamente, possuem a capacidade de flutuar. O giro dos pneus é suficiente para impelir o veículo através da água, embora de maneira lenta. Motores de popa podem ser utilizados para incrementar o uso aquático.

Triciclos

A Honda produziu os primeiros triciclos em 1970, os quais estrearam num filme de James Bond, "Diamonds Are Forever". Apelidado de US90 e posteriormente – quando a Honda comprou a marca registrada do termo[1]ATC90, foi planejado exclusivamente para uso recreativo. Claramente influenciado pelos primeiros ATV, apresentava grandes pneus-balão em vez de uma suspensão mecânica..[2] No início da década de 1980, a suspensão e pneus convencionais foram introduzidos. O Honda ATC200E Big Red de 1982, foi um marco. Ele apresentava tanto suspensão quanto bagageiro, tornando-o no primeiro triciclo utilitário. A capacidade de ir a lugares que a maioria dos outros veículos não podiam chegar, logo os tornou populares entre caçadores dos Estados Unidos e Canadá, e por todos os apreciadores de trilhas. Logo, outros fabricantes apresentaram seus próprios modelos.
Modelos esportivos também foram desenvolvidos pela Honda, que tinha um virtual monopólio do mercado, devido a patentes eficientes de design e instalação do motor. O ATC250R de 1981 foi o primeiro triciclo de alto rendimento, apresentando suspensão completa, um motor de dois cilindros com 248 cc, uma transmissão de cinco marchas com embreagem manual e freio a disco frontal. Para a trilha esportiva, o ATC200X de 1983 foi outro modelo que marcou época. Ele possuía um motor de quatro cilindros com 192 cc, que era ideal para novatos no esporte.

Quadriciclos

Na Austrália, os quadriciclos são geralmente denominados four wheeler. Eles são usados extensivamente na agricultura.
A Suzuki foi líder no desenvolvimento de ATV de quatro rodas. Ela vendeu o primeiro quadriciclo, o QuadRunner LT125 de 1983, um veículo recreativo para principiantes.
Em 1985, a Suzuki apresentou ao mercado o primeiro quadriciclo de alta performance, o Suzuki LT250R QuadRacer. Esta máquina permaneceu em produção até 1992, e durante este período, passou por três grandes processos de reengenharia. Todavia, as principais características básicas foram mantidas: uma suspensão sofisticada, um motor de dois cilindros refrigerado à água e uma transmissão manual de cinco marchas nos modelos 1985-1986 e uma transmissão de seis marchas para os modelos de 1988 a 1992. Era uma máquina desenhada exclusivamente para corridas, nas mãos de pilotos altamente experientes. A Honda deu a resposta um ano depois com o FourTrax TRX250R – uma máquina que não replicada. A Kawasaki respondeu com seu Tecate-4 250. Em 1987, a Yamaha apresentou um tipo diferente de máquina de alta performance, a Banshee 350, que apresentava um motor de dois cilindros refrigerado à água, reaproveitado da motocicleta urbana RD350LC. Pesada e mais difícil de dirigir na terra do que as 250, a Banshee tornou-se um veículo popular entre aqueles que gostavam de pilotar sobre dunas, graças à sua grande potência. A Banshee ainda goza de grande popularidade, mas devido ao controle de emissões da EPA, 2006 foi o último ano em que pode ser vendida nos Estados Unidos. No Canadá, todavia, a Banshee 2007 ainda é comercializada com o mesmo motor paralelo de 350 cc que fez a sua fama.
Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de ATV utilitários aumentou rapidamente. O Honda FourTrax TRX350 4x4 foi apresentado ao mercado de ATV utilitários em 1986. Outros fabricantes seguiram-no rapidamente, e os 4x4 tornaram-se um dos tipos mais populares de ATV em todos os tempos. Estas máquinas são populares entre caçadores, fazendeiros, rancheiros e trabalhadores em locais de difícil acesso.
Problemas de segurança com ATV de três rodas fizeram com que todos os fabricantes mudassem para os modelos de quatro rodas em fins da década de 1980; os triciclos pararam de ser produzidos em 1987. O peso mais leve dos triciclos os tornaram muito populares entre alguns pilotos experientes. Fazer curvas num triciclo é mais desafiante do que em máquinas de quatro rodas, porque se inclinar na curva é muito mais importante. Os pilotos podem virar se não tiverem cuidado. A parte frontal dos triciclos obviamente tem uma única roda, tornando-a mais leve, e tombar para trás é um risco potencial, especialmente quando subindo uma duna ou colina. Tombamentos também podem ocorrer ao descer uma ladeira íngreme. As restrições legais no mercado estadunidense expiraram em 1997, permitindo que os fabricantes voltassem a fabricar modelos de três rodas. Todavia, existem poucos sendo comercializados nos dias de hoje.
Ainda hoje, os modelos continuam a ser divididos em mercados esportivo e utilitário. Os modelos esportivos são geralmente pequenos, leves, com tração em duas rodas e rápida aceleração, transmissão manual e velocidades de até 145 km/h. Os modelos utilitários são geralmente maiores, possuem tração nas quatro rodas e atingem um máximo de 104 km/h. Possuem a capacidade de arrastar pequenas cargas em reboques ou mesmo pequenos trailers. Devido aos pesos diferentes, cada tipo é mais eficiente num determinado tipo de terreno.
Modelos de seis rodas também podem apresentar pequenos reboques com um par extra de rodas na traseira para aumentar a capacidade de carga. Eles podem ter tração nas quatro rodas traseiras ou em todas as seis.

Modelos de corrida

Corrida de quadriciclos numa pista de motocross.
Os modelos esportivos são construídos tendo em mente a performance, e não o aspecto utilitário. Para ser bem sucedido no mercado de corridas, um quadriciclo precisa ser leve, ter alta potência, boa suspensão e um centro de gravidade baixo. Estas máquinas podem ser modificadas para vários tipos de competições em diferentes tipos de terreno (pistas de motocross, dunas, florestas, desertos etc). Exemplos de modelos de alta performance incluem Yamaha YFZ450, Honda TRX450R, Suzuki QuadRacer R450, Polaris Outlaw 500, Polaris Outlaw 525, Polaris Predator 500 e a Kawasaki KFX450R. Quadriciclos desenhados para competições de velocidade incluem Yamaha Raptor 700R, Suzuki QuadSport Z400, Honda Sportrax 400EX, Bombardier DS450, Arctic Cat DVX400 e Kawasaki KFX700R.

Uma volta às origens anfíbias?

Em Maio de 2006, o inventor neozelandês Alan Gibbs – presidente e fundador da Gibbs Technologies – apresentou o Quadski, um protótipo de um quadriciclo anfíbio. Ao contrário dos primeiros ATV, ele é montado e controlado como os quadriciclos modernos, e oferece a habilidade única de "planar" sobre a água, possibilitando atingir velocidades de barco a motor na água.

Críticas aos ATV

Desde o início dos anos 1990, o uso dos quadriciclos triplicou através dos Estados Unidos. Isto levou a grandes conflitos entre os usuários de quadriciclos e defensores da segurança infantil, proprietários rurais, amantes da natureza e ambientalistas.

Questões de segurança

Desde o fim das restrições impostas aos fabricantes pela agência estadunidense CPSC (Consumer Product Safety Commission), em Abril de 1998, os montadores iniciaram "planos de ação voluntária" que imitam os regulamentos anteriormente obrigatórios. Todavia, mesmo com a mudança dos modelos de três para quatro rodas e os planos de ação, algumas mortes e lesões ainda ocorrem. Estatísticas liberadas pela CPSC mostram que em 2004, cerca de 136.100 ferimentos associados ao uso de ATV foram tratados no atendimento de emergência dos hospitais estadunidenses — mais do dobro dos ferimentos tratados no último ano das normas restritivas. Em 2003, o último ano para o qual estimativas estão disponíveis, 740 pessoas morreram em incidentes associados com ATV.[3]
Os planos de ação em conjunto com a CPSC cobrem somente certos fabricantes de ATV. Outros fabricantes, que entraram no mercado após o fim das restrições não são cobertos pelos planos de ação nem são restringidos por regras que regem coisas tais como rotulagem e práticas seguras de marketing, e para qual idade um revendedor pode recomendar um tipo particular de ATV. Estes fabricantes e distribuidores, a maioria dos quais originários da Ásia e Itália, estão completamente isentos da supervisão governamental.[4]
O foco mudou desde que as normas restritivas terminaram e estão agora voltadas para a relação entre o tamanho da máquina e a idade do piloto. Muitos estados norte-americanos decretaram leis específicas relativas ao uso dos ATV, categorizadas por faixas de idade e capacidade de deslocamento – que seguem a linha dos regulamentos federais. Os ATV são obrigados a serem rotulados pelo fabricante indicando que o uso de máquinas de mais de 90cc por usuários abaixo de 16 anos é proibida. Os críticos apontam que políticas abrangentes relativas à idade não são suficientes e freqüentemente citam como exemplo que adolescentes do sexo masculino são fisicamente maiores e mais fortes do que muitas mulheres que pilotam. Algumas localidades ou baniram leis restritivas quanto ao uso de ATV por menores de 16 anos ou estão considerando tal legislação. Defensores dos ATV argumentam que começar cedo aumenta a segurança. Recomendam que as crianças possam desenvolver o necessário expertise começando tão cedo quanto 6 anos de idade, em vez de esperar até os 16. O CPSC aprovou o uso de ATV de menos de 50cc a partir de 6 anos de idade.
Em 1988, o All-terrain Vehicle Safety Institute (ASI) foi formado para fornecer treinamento e educação para pilotos de ATV. O custo de participar do treinamento é mínimo e é grátis para compradores de máquinas novas. A conclusão bem-sucedida do treinamento é, em muitos estados norte-americanos, o requisito mínimo para que um menor de idade tenha autorização para dirigir.

Referências


Honda motorcycle US trademarks. Página visitada em 2006-09-21.

  1.  ATC90
  2.  CPSC 2004 Annual Report of Deaths and Injuries. Página visitada em 04-10-2006.
  3.  CPSC ATV Safety Review Briefing Package. Página visitada em 04-10-2006.

Principais fabricantes de ATV

  • Alanca
  • Arctic Cat
  • Bombardier Recreational Products
  • Honda
  • Kawasaki Heavy Industries
  • Kymco
  • Polaris Industries
  • Secma
  • Suzuki
  • Yamaha Motor Corporation

Fabricantes no Brasil

  • Acellera Motors do Brasil
  • AME Amazonas
  • Quadris solidez
  • Zélo Motors
  • Fapinha Mini Veículos e Motores Ltda.

Ver também

  • Motocicleta
  • Snowmobile

Ligações externas


visetem o blog andrequality.blogspot.com
  • Exemplos de ATC90s (em inglês)
  • All-terrain Vehicle Safety Institute (em inglês)
  • CPSC Press Release: CPSC Announces Advance Notice of Proposed Rulemaking on ATVs (em inglês)
  • CPSC's 2004 Annual Report of ATV Deaths and Injuries (em inglês)
  • Consumer Federation of America's Report on ATV Use By Children (em inglês)
  • Concerned Families for ATV Safety (em inglês)
  • Arapeen ATV Trail System (em inglês)
  • CPSC ATV Safety Review Briefing Package, Maio de 2006 (em inglês)

Bicicleta

Bicicleta


Bicicleta para viagem.
Bicicleta de corrida.
Desenho de bicicleta.
Refletores aconselhados.
Loja de ciclismo.
Bicicleta infantil.
A bicicleta é um veículo com duas rodas presas a um quadro, movido pelo esforço do próprio usuário (ciclista) através de pedais. Foi inventada no século XIX na Europa. Com cerca de um bilhão de unidades em todo o mundo [1], a bicicleta é usada tanto como meio de transporte no ciclismo utilitário, como objeto de lazer no cicloturismo e para competições desportivas de ciclismo.
A bicicleta afetou consideravelmente a História tanto no campo industrial como no cultural. No início, a bicicleta inspirou-se em tecnologias pré-existentes. Hoje, no entanto, tem contribuído para outras áreas. Além de lazer e transporte, as bicicletas estão sendo adaptadas para outras utilizações, na área militar e em esportes.
A bicicleta também é bastante utilizada como meio de transporte no dia-a-dia, por ser um transporte barato, ecológico e saudável.

Etimologia

fr. bicyclette (1880) palavra formada de bi- 'dois' + cycle- 'roda' (< gr. kúklos 'círculo') + suf.dim. -ette; esses el.comp. encontram-se na f.aport.; ver bi- e cicl(o)-; f.hist. 1897 bicyicleta, 1899 biciclêta

História

Falar a respeito da matéria da história da bicicleta é um tanto complexo, pois há vários estudos, muitas cópias e poucas definições razoáveis que podem ser aproveitadas. Entre os diversos que se relacionam com o assunto pode-se citar um estudo interessante que explica a sua de forma clara e resumida.
Segundo alguns historiadores e o que nos mostram alguns ensaios fotográficos, há um estudo muito bem feito, idealizado por Leonardo da Vinci e registrado em um código guardado no museu de Madrid, resultante de pesquisas feitas pelo professor Piccus, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, que nos mostra, através de esboços, um sistema de transmissão por corrente, mecanismo físico principal que aciona as atuais e modernas bicicletas idealizado por Da Vinci. Apesar de que tais desenhos na realidade mostrem um sistema de transmissão bem básico, muitos historiadores consideram-nos o primórdio da indústria da bicicleta no mundo.
No período compreendido entre os séculos XV e XVI, foram desenvolvidos diversos veículos de duas e quatro rodas acionados por mecanismo composto de corrente, alavanca e outros dispositivos os quais por vezes traziam problemas ao seu usuário, pois frequentemente levavam a tombos sérios ou mesmo causando danos às roupas. Tais dispositivos eram cômicos, outros não seguiam os princípios básicos da física e a grande maioria deles era na realidade uma imitação um tanto extravagante de um mecanismo já existente, com raríssimas exceções.
Entretanto, a bicicleta teve seu nome inserido na história por volta do início de 1790, quando o conde Sivrac da França idealiza o celerífer, posteriormente denominado de celerífero, que era um veículo primitivo de duas rodas ligadas por uma ponte de madeira em forma de cavalo e acionado por impulso alternado dos pés sobre o chão, ou seja, na forma de solavancos. Curiosamente, apesar do incômodo e desconforto esse tipo de transporte era útil na época, para pequenas distâncias.
Por volta de 1816 o barão alemão Karl Friedrich Christian Ludwig Drais von Sauerbronn adaptou uma direção ao celerífero que passou a ser denominada de guidão. Junto com o primeiro guidão apareceu a draisiana, umas das primeiras bicicletas. Apesar desse novo equipamento, ainda assim era bastante incômodo e desconfortável manusear a draisiana.
Em abril de 1818, o próprio Barão Drais apresenta seu invento no parque de Luxemburgo, em Paris, e meses mais tarde faz o trajeto Beaune - Dijon, na França. Esse invento é mais parecido com a atual bicicleta, porém de forma dinâmica bem diferente e de material mais pesado, pois era feita com uma liga de antimônio, metal bem pesado.
Em 1840, o escocês Kirkpatrick Macmillan adapta ao eixo traseiro duas bielas ligadas por uma barra de ferro. Isto provocou o avanço da roda traseira, dando-lhe maior estabilidade e possibilidade de manuseio e manejo rápido. Com esse mecanismo a bicicleta ficou mais segura e estável, pois nas curvas evitava o antigo jogo do corpo para o lado oposto ao movimento a fim de manter estável o equilíbrio, já que o equipamento em si era bastante pesado.
No ano de 1855 o francês Ernest Michaux inventa o pedal, que foi instalado num veículo de duas rodas traseiras e uma dianteira. Os pedais eram ligados à roda dianteira, e o invento ficou conhecido como velocípede, palavra oriunda do latim velocidade + pé ou velocidade movida a pé. Alguns consideram-no a primeira bicicleta moderna, e na verdade ficou sendo chamado de triciclo posteriormente.
A prefeitura de Paris criou, em 1862, caminhos especiais nos parques para os velocípedes para não se misturarem com as charretes e carroças, dando assim origem às primeiras ciclovias, pois era comum alguns acidentes, rotineiramente os animais das charretes e carroças assustavam-se, causando sustos e ferimentos aos condutores. No mesmo ano, Pierre Lallement viu alguém andando com uma draisiana e teve a ideia de construir seu próprio veículo, mas com a adaptação de uma transmissão englobando um mecanismo de pedivela giratório e pedais fixados no cubo da roda dianteira. Ele então acabou criando a primeira bicicleta propriamente dita depois que mudou-se para Paris em 1863.

Primeira fábrica

No ano de 1862, Ernest Michaux consegue fabricar 143 unidades em doze meses, sendo considerado o primeiro fabricante oficial de bicicletas ou biciclos. Essa denominação de biciclos caiu em desuso, pois um brinquedo chamado triciclo acabava deixando o usuário confuso quanto aos nomes de tais produtos.
Resultante da ideia de Michaux, em 1875 nasce a primeira fábrica de bicicletas do mundo, a Companhia Michaux, esta começou a fabricar bicicletas em série. As bicicletas sem assento foram essencialmente criadas para freiras e outras pessoas do meio.

Evolução

Evolução no tempo.
Em 1877 Rousseau apresenta um dispositivo que, por meio de duas correntes, multiplicava o giro da roda dianteira, dando maior velocidade e flexibilidade à bicicleta.
Como medida de aperfeiçoamento e evolução, em 1880 Vicent constrói a primeira bicicleta com transmissão aplicada ao cubo da roda traseira e, no mesmo ano, na Inglaterra, Thomas Humber inventa o quadro de quatro tubos. Com esses dispositivos o conjunto obtém maior estabilidade, principalmente nas descidas e curvas.

Pneus

Inventado em 1887, na Irlanda por John Boyd Dunlop, sua ideia deu tão certo que originou-se umas das mais famosas marcas de pneus do mundo, a Dunlop Tires.
Em 1891, o francês André Michelin lança o pneu desmontável e o mesmo francês funda a indústria de pneus Michelin, tão conhecida nos dias atuais na Fórmula 1, um dos grandes concorrentes da Dunlop e Goodyear.

A bicicleta no esporte

A primeira corrida de ciclismo documentada foi uma corrida de 1.200 metros ocorrida em 31 de Maio de 1868 no Parque de Saint-Cloud, Paris. A corrida foi vencida pelo inglês expatriado Dr. James Moore que correu em uma bicicleta com pneus maciços de borracha.[2]
A primeira corrida cobrindo a distância entre duas cidades foi Paris-Rouen e também foi vencida por James Moore, que percorreu os 123 quilômetros que separam as cidades em 10 horas e 40 minutos.[3]

A bicicleta no Brasil

Entrada no país

Club de ciclistas alemães em Curitiba - 1895
No final do século XIX a bicicleta chega ao Brasil vinda da Europa, pois em 1895 já existia um clube de ciclistas em Curitiba, organizado por imigrantes da colônia alemã local[4]. A partir deste período, as evoluções da bicicleta no Brasil acompanham as atualizações européias e americanas.
Em 1945 devido a dificuldades na importação por causa da II Guerra Mundial a Caloi passou a fabricar peças para bicicleta na cidade de São Paulo. Somente em 1948 as bicicletas começaram a ser fabricadas no Brasil, por essa mesma empresa, e tornaram-se populares. Neste mesmo ano foi fundada a Monark, que também passaria a fabricar bicicletas.

Situação atual

Atualmente, segundo dados da Abraciclo[5] (Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o Brasil é o 3º maior fabricante de bicicletas do mundo, com 5,5 milhões de unidades produzidas em 2007, atrás apenas da China e da Índia, países que concentram 76% da produção mundial. Além disso, o Brasil foi em 2007 o 5º maior mercado consumidor de bicicletas do mundo, e possuía nesse mesmo ano uma frota de 65 milhões de bicicletas nas ruas.

Referências

  1.  (em inglês) DidYouKnow.cd. There are about a billion or more bicycles in the world. Acessado em 23 de novembro de 2008.
  2.  (em inglês) Maso, B. (tr. Horn, M.) (2005), The Sweat of the Gods, Mousehold Press, pp. 1-2, ISBN 1-874739-37-4
  3.  (em francês) Paris-Rouen 1869
  4. Vida equilibrada Coluna Nostalgia (Cid Destefani - edição de 18/9/2011) - Porta GRPCOM - acessado em 18 de setembro de 2011
  5.  Abraciclo. Apresentação PowerPoint da Abraciclo contendo dados sobre a situação do setor em 2007 Acessado em 3 de janeiro de 2009.